2008-06-10

 

Algarve: a concentração do comércio

Conforme noticiado hoje no Diário de Notícias, «O Algarve vai ter mais quatro centros comerciais nos próximos três anos, que deverão dar trabalho a mais de 4000 pessoas, mas há mais quatro espaços congéneres à espera de aprovação.

Segundo o director regional da Economia do Algarve, José Leite Pereira, os promotores dos três centros comerciais previstos para a Guia (Albufeira), Tavira e Olhão, a que se juntará o novo retail park de Portimão, apontam para 4173 empregos.

Em meados de Julho reunir-se-á a Comissão Regional de Licenciamento Comercial do Algarve, para decidir se dará andamento a um novo centro comercial em Portimão (31 700 metros quadrados de área locável) e um outro em Almancil (26 500 metros).

À espera de licenciamento está também um outlet - espécie de centro comercial com produtos fora de época, mais acessíveis - em Silves (14 500 metros) e o que poderá ser o terceiro retail park
em Portimão (30 mil metros). (...)»


Comentário:


Como é sabido, a proliferação dos Centros Comerciais não tem gerado somente postos de trabalho, tendo contribuído, também, para desviar o caudal dos consumidores das lojas do centro das cidades, prejudicando a viabilidade económica destas que, muitas vezes também por falta de dinamismo dos agentes económicos, nem sempre têm encontrado as melhores soluções para voltar a atrair os clientes.

Recorda-se, a propósito, a notícia publicada na edição de 7 de Fevereiro de 2006 do
Diário de Notícias, a propósito da Rua de Santo António, em Faro.




Acontece assim um fenómeno de desvio do centro da vida social e económica das cidades para a periferia, onde se situam as novas «catedrais do consumo», com consequências sociais, culturais e económicas ainda não avaliadas.


A capacidade de atracção dos novos Centros Comerciais contribui, assim, para novos fenómenos de desertificação (a Baixa de Lisboa constitui, nesse sentido, um triste exemplo) tanto das freguesias urbanas, como das freguesias rurais - de onde serão provenientes alguns dos jovens (os poucos ainda subsistentes) recrutados pelos novos espaços comerciais -.

Os autarcas e os comerciantes vão ter de encontrar soluções para combater os novos fenómenos de desertificação... aumentando a qualidade da oferta dos serviços públicos e privados fora da área das novas zonas comerciais.

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