2007-06-11

 

Ser... ou não ser... «OTÁrio»...


(Beja)
Loc. N 38º 04, 73' -- W 007º 55, 94' Alt -- 636'

Dados meteorológicos relevantes:
VMC em quase 100% ao ano. São raras as condições de visibilidade abaixo dos mínimos para CAT I. Raramente se verificam ventos cruzados que normalmente são de baixa intensidade.



Muito já foi escrito a propósito da necessidade de construção de um novo aeroporto internacional que sirva a cidade de Lisboa.
Talvez ainda não tenham sido apresentadas todas as alternativas. Para reflexão, gostaria de partilhar, apenas, estas breves impressões:

A premissa:
O aeroporto internacional de Lisboa não oferece capacidade de resposta ao aumento substancial da procura por companhias aéreas, sobretudo das «low cost», não podendo ser ampliado suficientemente para dar satisfação à procura crescente.


Factores a ponderar na decisão:
Para a concretização da solução deverão ser considerados os interesses específicos da área metropolitana de Lisboa, o interesse nacional, a segurança da navegação aérea, as questões ambientais e a sustentabilidade económico-financeira do projecto.

A consequência:

Deverá ser construído um segundo aeroporto [substituindo o actual aeroporto de Lisboa ou numa solução de complementaridade (Lisboa + 1)].

Solução:

Manter o aeroporto internacional de Lisboa.
Construir um aeroporto complementar, mais vocacionado para as companhias aéreas «low cost».

Localização do novo aeroporto:

Beja.


Vantagens:
Mantendo o aeroporto da Portela, complementado por outro, mais distante, o futuro da indústria hoteleira lisboeta fica assegurado, sem prejuízo do desenvolvimento de outra região portuguesa, mais carenciada de um pólo de desenvolvimento.
Excelentes condições de navegação aérea, com elevadíssimos índices de segurança.
Elevada expansibilidade das instalações aeroportuárias - o que não sucede nas outras alternativas conhecidas -.
Promoção do desenvolvimento económico e social dos distritos de Évora, Setúbal, Beja e Faro.
Reduzido impacto ambiental.

Reduzidos custos de construção do aeroporto.


Desvantagem:

Distância da capital, com os inerentes custos daí resultantes, na criação de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias de ligação do aeroporto às principais cidades e zonas beneficiadas - v.g. Lisboa, Faro, Évora, Portalegre, Setúbal, Barragem do Alqueva, Costa Vicentina, Sines, península de Tróia (Torralta) -.

*

Contudo, este aeroporto não fica mais distante da capital do que muitos aeroportos vocacionados para vôos «low cost» que servem outras capitais europeias. Por outro lado, Lisboa continuaria a ser servida por um aeroporto localizado dentro da própria cidade.


Ao mesmo tempo que se construísse o aeroporto, poderia ser instalada uma linha de caminho de ferro de alta velocidade, ligando [Lisboa, Beja e Faro], ou [Lisboa, Évora, Beja e Faro], com vantagem económica para o sul do país, contribuindo para a diminuição da «desertificação» da «Margem Sul»... até à serra algarvia, estando assegurada a sua rentabilidade - o que não sucede com os actuais projectos da rede de alta velocidade -.

Ou será que o «combate à desertificação» não constitui uma prioridade do país?
Dificilmente surgirá uma melhor oportunidade para o sul do país.
Ser, ou não ser... «Otário»... eis a questão.


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Comments:
Subscrevo na integra; com data venia, deixo link para http://ireflexoes.blogspot.com/2007/05/um-ministro-idiota.html
 
Exmo. Sr.
Dr. Jorge Langweg,

Excelência,

Embora seja primeiro baixo-alentejano e depois português, repetindo sempre, nascido na Mina de S. Domingos, concelho de Mértola, distrito de Beja, tenho de discordar da sugestão do meu Amigo de querer botar o novo aeroporto de Lisboa em ... Beja. É claro que o aeroporto da Lisboa não poderá deixar a Portela de Sacavém. Se tal viesse a acontecer Lisboa levava uma machadada de tal ordem que poria a pão e laranja muito negociozinho que impera na capital, com vantagem para os madrilenos. Isso é um dado quase indiscutível, que não vem à baila para não confundir mais os mortais lusitanos. Aliás, o aeroporto da Portela, e o novo que venha a ser construido no deserto, leia-se Poceirão ou coisa próxima, permitirão criar sinergias de tal forma fortes, e competitivas que eventualmente ajudarão a terra de Camões a lutar contra o logradouro em que a Espanha a quer, ou está a transformá-la.

O "projecto" que V. Exa. defende, sendo meritório, e supinamente justificado, não será tanto "o aeroporto de Lisboa", que a vingar a tese apresentada assentaria bem em qualquer parte do país, fosse em Beja, ou em Trás-os-Montes, mas mais um projecto de desenvolvimento para o Alentejo. Esse projecto, infelizmente nunca aconteceu, e essa é uma das razões por que há 40 anos atravessei o deserto. Todavia, "misturar" um projecto de âmbito nacional, num projecto regional, por mais generoso que possa ser, talvez resolvesse o problema do Baixo Alentejo, mas não resolveria o problema de todos os portugueses. Assim sendo, com mágoa, vejo-me obrigado "a arrear" a bandeira de V. Exa. pelas razões expostas.

Fica, no entanto, a feliz ideia de pôr o Baixo Alentejo no mapa, e temos de convir que assentando o aeroporto nacional de "Lisboa", como penso venha a acontecer, no Poceirão, as duas partes de Portugal, finalmente, que estão separadas há 864 anos, unir-se-iam, como aconteceu com as duas Alemanhas.

Abração

Gil Teixeira
 
Exmo. Senhor Dr. Gil Teixeira,
Ilustre Advogado.

Agradeço a simpatia da mensagem de V. Exa., como sempre, de estilo elegante e pleno de conteúdo.

Quanto à razão da «oposição» à opção alentejana, permita-me que volte a sublinhar a essência da opção:

a) Manter o aeroporto da Portela (porque retirá-lo, nem que seja para Ota ou Alcochete, irá trazer prejuízo para a indústria hoteleira lisboeta), aumentando as suas taxas aeroportuárias - sair do avião dentro da cidade é um luxo que deveria ser bem pago... -;
b) Instalar um novo (segundo) aeroporto, vocacionado para vôos «low cost», em Beja (a 40 minutos da capital em comboio de alta velocidade...), contribuindo para o desenvolvimento do sul de Portugal e assegurando a viabilidade económica da rede de alta velocidade para um novo trajecto que sirva todos os portugueses, o qual, complementado por um metropolitano de superfície para todo o Algarve, diminuiria a densidade do trânsito automóvel nesta região, sobretudo no verão, com vantagem para o ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos.

Retribuindo o abração,
Jorge M. Langweg
 
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