2011-02-03

 

Cidade romana de Balsa


"Balsa foi uma cidade romana portuária da Hispânia, no Convento Pacense da província da Lusitânia. A localização actual corresponde às quintas de Torre d’Aires, Antas e Arroio, freguesia da Luz de Tavira, concelho de Tavira, distrito de Faro, no sul de Portugal.

Balsa é mencionado por Pompónio Mela(DC III 1, 7), Plínio-o-Velho (HN IV 35, 116), Ptolomeu (GH: II 5, 2) e Marciano de Heracleia (PME: II, 13).

Cunha moeda própria: asses de bronze e os seus divisores em chumbo (semis, quadrantes, triantes e sextantes) em meados do séc. 1º a.n.e., em alfabeto latino, com motivos marinhos (atuns, golfinhos e varios tipos de barcos). O nome BALSA registado nestas moedas é a atestação mais antiga do topónimo.

Segundo Mela (DC III 1, 7) Balsa situava-se no Ager Cúneo, uma região geográfica correspondente ao Algarve Central e Oriental modernos.

É um dos ópidos estipendiários da Lusitânia, sede dos balsenses (Plínio: IV 35, 118), povo que pertencia ao grupo étnico dos Turdetanos (Ptolomeu: II 5, 2).

Etapa do Itinerário de Antonino entre [B]Esuri[s] e Ossonoba (IAA: 426,1). Referida como civitas no Ravenate, entre Besurin a e Stacio Sacra (RAC: IV 43, 30).

Era considerada por Marciano de Heracleia a polis mais a sul da Lusitânia (M. H.: II, 14).
A identificação do sítio é atestada pela epigrafia encontrada no local, em que Balsensium surge três vezes, a qualificar pessoas (CIL II, 5161 CIL II, 5164) e a comunidade política (IRCP 75).

As inscrições epigráficas revelam que Balsa foi um Município de Direito Latino (Ius Latii Municipium) durante o séc. II n.e., muito provavelmente promovido por Domiciano (81-96 n.e.).

Todos os aspectos principais da romanização provincial estão atestados localmente: uma res publica com uma ordo decuriónica (IRCP 75); proeminência da gens Manlia (CIL II, 5161 CIL II, 5162); magistrados (duúnviro pertencente à tribo QUIRINA: CIL II, 5162); séxviros (CIL II, 13); escravos públicos (balsensium dispensator: CIL II, 5164); evergetismo (oferta de espectáculo de naumáquia e pugilato: CIL II, 13); construção colectiva de um circo (CIL II, 5165 CIL II, 5166) e de outros monumentos não identificados (CIL II, 5167); culto imperial (IRCP 90); e uma larga proporção de nomes gregos e norte-africanos.
Um cidadão romano de Neapolis (Nabeul, Tunisia) com uma filha residente no território de Pax Iulia (Beja, Portugal) declara-se um íncola de Balsa (CIL II, 105)!

O grau de romanização de Balsa pode também inferir-se dos nomes pessoais conhecidos (39 homens e 16 mulheres): 58% têm tria nomina ou são mulheres com dua nomina latinos. 71% têm um nomen romano e os restantes 27% um simples cognomen, sendo estes na sua maioria nomes gregos. Os nomes nativos em todas as suas formas (célticos ou turdetanos) são uma pequena minoria (9%).

Do séc. III n.e. sobrevive um raro monumento funerário escrito em grego (CIL II, 5171), considerado por alguns como sendo cristão, e há notícia de um tesouro de moedas de Cláudio Gótico (268-270 n.e.) descoberto no esgoto de um balneário.

As sigillatas e os vidros importados formam uma série contínua entre as cerâmicas Augusteias tardias (Hispânicas precoces) e as Africanas D, Gálicas e Foceenses tardias, com os últimos objectos datados do sec. VII. O pico esmagador de volume corresponde às sigillatas sudgálicas do séc. I n.e. mas o estudo dos materiais é muito limitado.

A indústria de preparados piscícolas está bem documentada na cidade e nos arredores, assim como as fábricas de ânforas. Conhecem-se seis produtores de garum em Balsa através das suas marcas: AEMHEL, OLYNT, LEVGEN, IVNIORVM, IMETVS F e DASIMVSTELI.

Vários testemunhos anteriores a 1978 descrevem a existência de ruínas romanas muito extensas e densas no local.

Desde então o terreno arqueológico tem sido profundamente destruído por trabalhos agrícolas e pela construção de moradias suburbanas e de infra-estruturas. (...)"

Fonte: Blog Balsa Romana

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