2011-02-13
Internet: novo protocolo IP aumenta a dimensão potencial da rede e melhora a sua segurança
Toda a informação na internet flui sob a forma de pacotes, da origem ao destino, como se os computadores "conversassem" entre si. Cada computador ou dispositivo ligado à internet precisa de um endereço que o identifique na rede, como se fosse o seu bilhete de identidade. No IPv4 (os três anteriores falharam e foram abandonados) os endereços têm 32 bits de saída e entrada, ao passo que no IPv6 passam a ter 128 bits, em cada direcção. A versão actual do protocolo IP é bastante antiga e tem alguns problemas a nível de segurança, que permitem ataques aos computadores. O IPv6 resolve grande parte das questões de segurança, além de que suporta um maior número de "identidades" do que o IPv6."
"Os endereços de internet em protocolo IPv4, o que usamos actualmente, chegaram ao fim, tornando mais urgente a necessidade de migrar os sistemas actuais para o protocolo seguinte, o IPv6. Um esgotamento que foi impulsionado também por cada vez mais dispositivos móveis com acesso à internet.
Contudo, estes endereços virtuais "ainda vão ser usados durante muitos anos", ou seja, não há o risco de, subitamente, deixar de haver possibilidade de registar novos ‘sites'. Quem o garante é Pedro Veiga, presidente da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), a entidade que tem sido responsável por divulgar a implementação do IPv6.
Apesar de ser expectável que o antigo protocolo se mantenha durante os próximos anos, Pedro Veiga alerta que o Governo e as empresas têm de começar a preparar-se para esta mudança inevitável, através da compra de equipamentos compatíveis com o novo protocolo. "Não há nenhuma motivação especial para a passagem para o IPv6, não há nenhuma aplicação espectacular que o obrigue, apenas a escassez de endereços", explica o responsável, em entrevista ao Diário Económico. Pedro Veiga explica como se identificou esta limitação: "a informação na internet flui sob a forma de pacotes e, quando o protocolo de internet foi inventado, com 32 bits, eram permitidas 4,2 mil milhões de ligações diferentes. E estas estão a esgotar-se".
A distribuição dos endereços é feita por uma entidade, a Internet Assigned Numbers Authority (IANA), criada especificamente para o efeito. No início, era esta que centralizava todos os pedidos de endereços. Mas, quando a internet se começou a massificar, foram criadas cinco outras entidades, uma por cada região do mundo, encarregues de pedir o ISP à IANA. E a IANA entregou, na passada semana, o último bloco de endereços disponível em protocolo IPv4. Ainda assim, garante Pedro Veiga, "não vai ser obrigatório mudar para o IPv6. A internet vai funcionar com os dois endereços. O IPV4 ainda deve durar mais 20 anos, mas depois todos os ‘sites' terão de suportar os dois protocolos". Até porque as entidades por região ainda têm endereços para distribuir. (...)"
Fonte: Cátia Simões/Diário Económico
Etiquetas: FCCN, internet, IPv6, protocolo internet, tecnologias de informação