2006-12-05
Descoordenações entre o M.P. e a P.J.
O combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira depara-se com alguns entraves, como a falta de peritos e técnicos especializados ou as «descoordenações» entre a base de dados da Polícia Judiciária e a do Ministério Público (MP).
O diagnóstico, feito na segunda-feira por Montalvão Machado, à saída da reunião do grupo parlamentar do PSD com o procurador-geral da República, António Pinto Monteiro, surge expresso na edição desta terça-feira do jornal Público.
Já o procurador-geral da República, contactado pelo jornal após a reunião dedicada exclusivamente ao tema da corrupção, limitou-se a dizer que a reunião com o grupo parlamentar do PSD «correu muito bem, foi muito útil e proveitosa».
No encontro, que se prolongou durante mais de duas horas, participaram, além de Marques Guedes, Guilherme Silva, Montalvão Machado e Fernando Negrão.
«O senhor procurador deu-nos conta de diversas preocupações quanto ao combate à criminalidade económico-financeira, um tipo de delitos muito difíceis de investigar e perseguir, que exige elevada especialização que os actuais colaboradores da PJ não detêm», revelou ainda o vice-presidente da bancada social-democrata ao Público.
Por outro lado, o acesso à informação relevante também não é facilitado pela existência de duas bases de dados diferentes ao nível da investigação criminal, tanto mais que o MP não dispõe de acesso à da PJ.
Ao longo de mais de duas horas, PSD e PGR abordaram os vários ângulos da temática «corrupção», uma semana depois de o PS ter inviabilizado a audição de Pinto Monteiro e do director nacional da PJ no Parlamento sobre o mesmo assunto.