2006-07-25
União Europeia, Médio Oriente e China
Segundo noticiado pela TSF, o Ministro dos Negócios Estrangeiros requereu a marcação de uma reunião extraordinária dos M.N.E da União Europeia (UE), para debater a situação que se vive actualmente no Médio Oriente.
Na missiva enviada ao homólogo finlandês, Erkki Tuomioja, Luís Amado defende:
a) que os desenvolvimentos políticos e diplomáticos na região, bem como o prolongamento do conflito militar, justificam a realização deste encontro;
b) a necessidade da U.E. agir «a uma só voz» no que respeita à crise no Líbano, para que a Europa possa ser «um factor de equilíbrio e estabilidade nas relações internacionais»;
Também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou o desejo de que a União Europeia tenha um papel activo na resolução da crise.
Comentário:
A União Europeia tem toda a vantagem em procurar uma solução que garanta, a médio/longo prazo, uma solução definitiva para a crise do Médio Oriente. Mais: esta poderá ser a grande oportunidade para poder desenvolver um programa internacional e relançar o "projecto europeu".
Para tanto, poderá desenvolver:
a.1. uma política concertada no dominio das relações diplomáticas com os países da região;
a.2. um forte programa de intercâmbio cultural, científico e económico com os países de população maioritariamente muçulmana, preparando-os para o período pós-petróleo (se a crise existente tem a dimensão geoestratégica, económica, social e cultural conhecida por todos, imaginem como será daqui a algumas décadas, após a extinção da principal fonte de riqueza dos países árabes) e aproximando-os dos países ocidentais.
A U.E. deveria defender a transferência da sede das Nações Unidas para Jerusalém, podendo inclusivamente ser alterado o estatuto desta cidade, de modo a cumprir, definitivamente, o seu legado histórico.
Por outro lado, a comunidade internacional não pode continuar a assistir, indiferente, à violação do direito internacional por parte daqueles que promovem o fim do Estado de Israel ou da Palestina.
A União Europeia tem de encontrar o seu papel em termos internacionais e desempenhá-lo a uma só voz. Para tanto, deverá perceber as suas vantagens competitivas no cenário internacional e agregar as vontades dos europeus em torno de um projecto comum.
Só então estarão reunidas as condições básicas para se tornar uma superpotência e reequilibrar as relações internacionais.
Este século começa com uma única superpotência a dominar as relações internacionais e a escrever, pela sua pena, a história contemporânea.
Além dos perigos que isso representa, não podemos esquecer-nos que essa superpotência já é controlável... pela segunda maior economia do mundo, a qual (ainda) não tem a defesa dos direitos humanos na primeira linha das suas preocupações.
A importância da China será cada vez mais acentuada neste século, já não faltando muito tempo para se tornar no país mais poderoso a nível planetário, como consequência do crescimento da sua economia.
As empresas europeias já descobriram a China... agora só falta a União Europeia também seguir esse caminho e desenvolver as relações sociais, culturais, económicas... e políticas com essa superpotência emergente.
Agora será mais fácil... daqui a alguns anos será, certamente, mais difícil.
Na missiva enviada ao homólogo finlandês, Erkki Tuomioja, Luís Amado defende:
a) que os desenvolvimentos políticos e diplomáticos na região, bem como o prolongamento do conflito militar, justificam a realização deste encontro;
b) a necessidade da U.E. agir «a uma só voz» no que respeita à crise no Líbano, para que a Europa possa ser «um factor de equilíbrio e estabilidade nas relações internacionais»;
Também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou o desejo de que a União Europeia tenha um papel activo na resolução da crise.
Comentário:
A União Europeia tem toda a vantagem em procurar uma solução que garanta, a médio/longo prazo, uma solução definitiva para a crise do Médio Oriente. Mais: esta poderá ser a grande oportunidade para poder desenvolver um programa internacional e relançar o "projecto europeu".
Para tanto, poderá desenvolver:
a.1. uma política concertada no dominio das relações diplomáticas com os países da região;
a.2. um forte programa de intercâmbio cultural, científico e económico com os países de população maioritariamente muçulmana, preparando-os para o período pós-petróleo (se a crise existente tem a dimensão geoestratégica, económica, social e cultural conhecida por todos, imaginem como será daqui a algumas décadas, após a extinção da principal fonte de riqueza dos países árabes) e aproximando-os dos países ocidentais.
A U.E. deveria defender a transferência da sede das Nações Unidas para Jerusalém, podendo inclusivamente ser alterado o estatuto desta cidade, de modo a cumprir, definitivamente, o seu legado histórico.
Por outro lado, a comunidade internacional não pode continuar a assistir, indiferente, à violação do direito internacional por parte daqueles que promovem o fim do Estado de Israel ou da Palestina.
A União Europeia tem de encontrar o seu papel em termos internacionais e desempenhá-lo a uma só voz. Para tanto, deverá perceber as suas vantagens competitivas no cenário internacional e agregar as vontades dos europeus em torno de um projecto comum.
Só então estarão reunidas as condições básicas para se tornar uma superpotência e reequilibrar as relações internacionais.
Este século começa com uma única superpotência a dominar as relações internacionais e a escrever, pela sua pena, a história contemporânea.
Além dos perigos que isso representa, não podemos esquecer-nos que essa superpotência já é controlável... pela segunda maior economia do mundo, a qual (ainda) não tem a defesa dos direitos humanos na primeira linha das suas preocupações.
A importância da China será cada vez mais acentuada neste século, já não faltando muito tempo para se tornar no país mais poderoso a nível planetário, como consequência do crescimento da sua economia.
As empresas europeias já descobriram a China... agora só falta a União Europeia também seguir esse caminho e desenvolver as relações sociais, culturais, económicas... e políticas com essa superpotência emergente.
Agora será mais fácil... daqui a alguns anos será, certamente, mais difícil.