2006-07-17
Prisões: ensino e formação profissional
«Prisões: Quase 30% dos reclusos estudam, 11% são analfabetos.
Mais de 3.600 reclusos inscreveram-se no último ano lectivo nos vários níveis de ensino, representando 28% da população prisional, a que se juntam 900 detidos em formação profissional, revelou à Lusa a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais.
Em Dezembro de 2004, existiam, contudo, 1.373 reclusos analfabetos ou sem habilitações literárias, representando 11% do total de detidos.
No ano lectivo 2004/05, 1.320 reclusos inscreveram-se no 2º ciclo do ensino básico, 1072 no 1º ciclo, 961 no 2º ciclo, 264 no secundário e 33 no ensino superior, num total de 3.650 alunos.
Apesar de 48% dos estudantes acabar por anular a inscrição, 42% concluiu o ano lectivo com aproveitamento e 10% não teve sucesso. As anulações devem-se às desistências dos detidos (61%), às libertações que ocorrem durante o ano lectivo (20%) e às transferências para outros estabelecimentos prisionais (19%).
Há cerca de quinze anos, no ano lectivo de 1991/92, existiam 1.369 reclusos inscritos na escola, tendo a evolução estabilizado a partir do ano lectivo 2000/2001, ano em que 3.370 detidos se inscreveram.
A evolução do número de alunos foi acompanhada por uma crescente colocação de professores nas escolas dos estabelecimentos prisionais. Em 2004/05, 591 docentes deram aulas nas prisões, quando em 1991/92 eram apenas 141.
Além do ensino recorrente, 900 reclusos estavam envolvidos, em Junho de 2005, em 75 cursos de formação profissional. A formação insere-se em 10 áreas: agricultura, construção civil, informática, metalomecânica, serviços, madeiras, electricidade, artesanato, restauração e reparação de automóveis.
O trabalho no espaço prisional ou através de protocolos com entidades públicas e privadas no exterior envolvia quase metade dos detidos, em Dezembro de 2004. Nessa altura, 6.144 reclusos tinham uma ocupação profissional, num universo de 13.160 presos.(...)»
Fonte da notícia: Diário Digital.
Fonte da imagem: www.chemamadoz.com
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Bom dia.
A OA, através do CDL, proporcionou aos estagiários uma visita a um estabelecimento prisional.
Tive o privilégio de ir visitar a fundo o Linhó. E confesso ter ficado satisfatóriamente surpreendido pelo tabalho de fundo que lá se pratica. Em primeiro lugar são valorizados os reclusos que estudam. E isso é fancamente positivo.
Por outro lado, além dos estudos, os reclusos aprendem um oficio e dele recebem consoante a produtividade.
Também aqui me parece uma mais valia, nomeadamente para se ilidir o habitual espírito de pessoas instaladas de que muitas vezes somos acusados.
Nem tudo é bom. É verdade.
Mas há um trabalho de fundo que é feito e não é visivel para o exterior.
Assim, muitas vezes, os cidadãos desconhecem (como eu desconhecia) a realidade, fazendo dos estabelecimentos prisionais a pior das ideias e levando a turva ideia de que aquilo que aprendemos em Penal I, sobre os seus fins, é uma ideia gira, simpática mas irreal.
Não o é.
Agora, como em tudo, quem quiser que aproveite.
Uma última nota. São muitos os analfabetos. Mas guardo a imagem de um jovem, na sua timidez, ter revelado a nós, estagiários, o seu primeiro trabalho. Aos nossos olhos, coisa simples. Aos olhos daquele jovem, a sua primeira vitória. E mérito ao seu esforço. O trabalho estava impecável.
Um abraço a todos
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A OA, através do CDL, proporcionou aos estagiários uma visita a um estabelecimento prisional.
Tive o privilégio de ir visitar a fundo o Linhó. E confesso ter ficado satisfatóriamente surpreendido pelo tabalho de fundo que lá se pratica. Em primeiro lugar são valorizados os reclusos que estudam. E isso é fancamente positivo.
Por outro lado, além dos estudos, os reclusos aprendem um oficio e dele recebem consoante a produtividade.
Também aqui me parece uma mais valia, nomeadamente para se ilidir o habitual espírito de pessoas instaladas de que muitas vezes somos acusados.
Nem tudo é bom. É verdade.
Mas há um trabalho de fundo que é feito e não é visivel para o exterior.
Assim, muitas vezes, os cidadãos desconhecem (como eu desconhecia) a realidade, fazendo dos estabelecimentos prisionais a pior das ideias e levando a turva ideia de que aquilo que aprendemos em Penal I, sobre os seus fins, é uma ideia gira, simpática mas irreal.
Não o é.
Agora, como em tudo, quem quiser que aproveite.
Uma última nota. São muitos os analfabetos. Mas guardo a imagem de um jovem, na sua timidez, ter revelado a nós, estagiários, o seu primeiro trabalho. Aos nossos olhos, coisa simples. Aos olhos daquele jovem, a sua primeira vitória. E mérito ao seu esforço. O trabalho estava impecável.
Um abraço a todos
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